14.6.10

Os diários da bicicleta (4)


Com vontade de apanhar pelo caminho o domingos aos bocados, fiquei-me pelo processo de intenções, esbarrando o nariz na porta de correr da garagem na cave do prédio. Como em tudo da vida, foi uma questão de chave. Ou se tem e uma porta é uma página nova de um livro por onde se entra ou ao qual se regressa, ou então não se tem e a porta passa a ser uma criatura de ideias fixas, disposta a não nos deixar seguir para lado algum.
Ontem à noite a chave de casa ficou esquecida em cima da secretária, no espaço entre o monitor e o teclado. Ela fica sempre ali, porque desconfio que gosta de ler e de estar atenta às notícias. Para informação delas, as chaves, lhes digo do facto de que à conta de terem passado a noite no cibermundo, ao início desta tarde fui obrigado a guardar meias, sapatilhas, camisola e calções porque a bicicleta estava para lá de uma das tais portas de ideias fixas.
O regresso à estrada de amanhã não passa. Com passadeira vermelha estendida e tudo.

2 comentários:

Carriço disse...

Atenção que andar de bicicleta e tirar fotografias ao mesmo tempo pode marcar-te. :)

Abraço

António Reis disse...

Tem dias em que isso me faz guardar o tlefone no bolso ;)